ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ESPECIAL DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 04-01-2016.

 


Aos quatro dias do mês de janeiro do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e onze minutos, o Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à posse da Mesa Diretora, de acordo com a eleição ocorrida na Centésima Vigésima Sessão Ordinária da Terceira Sessão Legislativa Ordinária, realizada no dia sete de dezembro do ano de dois mil e quinze, e à eleição e posse da Quarta Comissão Representativa e das Comissões Permanentes. Compuseram a Mesa: Mauro Pinheiro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; José Fortunati, Prefeito; Ana Pellini, Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, representando o Governador do Estado; Ronaldo Satini, Vice-Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; e Nilton Leonel Arnecke Maria, Defensor Público-Geral do Estado do Rio Grande do Sul. Em prosseguimento, o Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Nacional. A seguir, o Presidente declarou empossados Cassio Trogildo, Guilherme Socias Villela, Delegado Cleiton, Paulo Brum, Engº Comassetto e Mario Manfro, respectivamente, nos cargos de Presidente, 1º e 2º Vice-Presidentes, 1º, 2º e 3º Secretários da Câmara Municipal de Porto Alegre. Após, Cassio Trogildo procedeu à assinatura do Livro de Posse como Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre e, ato contínuo, assumiu a presidência dos trabalhos da presente Sessão e concedeu a palavra a Mauro Pinheiro, ex-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Presidente concedeu a palavra a José Fortunati, Prefeito. Em prosseguimento, Guilherme Socias Villela assumiu a presidência dos trabalhos e concedeu a palavra a Cassio Trogildo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Rio-Grandense. Os trabalhos foram suspensos das dezesseis horas e vinte e quatro minutos às dezesseis horas e trinta e cinco minutos. Após, foi eleita e empossada a Quarta Comissão Representativa da Décima Sexta Legislatura, composta pelos vereadores titulares Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Às dezesseis horas e trinta e oito minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos da presente Sessão e da 3ª Sessão Legislativa Extraordinária, convocando os vereadores titulares da Quarta Comissão Representativa para a reunião ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental, e todos os vereadores para a sessão ordinária da Quarta Sessão Legislativa Ordinária do dia primeiro de fevereiro do corrente, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos por Mauro Pinheiro, Cassio Trogildo e Guilherme Socias Villela e secretariados por Delegado Cleiton e Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, nos termos do artigo 149, parágrafo único do Regimento, será submetida à apreciação da Mesa Diretora e aprovada mediante a assinatura da maioria de seus integrantes.

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Senhoras e senhores, boa-tarde! Neste momento damos início à Sessão Especial destinada à posse da nova Mesa Diretora, da Comissão Representativa e das Comissões Permanentes desta Câmara Municipal. Convidamos para compor a Mesa nesta solenidade o Ver. Mauro Pinheiro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Sr. José Fortunati, Prefeito Municipal de Porto Alegre; a Sra. Ana Pellini, Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, neste ato representando o Sr. José Ivo Sartori, Governador do Estado do Rio Grande do Sul; o Sr. Ronaldo Santini, Deputado Estadual e Vice-Presidente da Assembleia Legislativa; o Sr. Nilton Leonel Arnecke Maria, Defensor Público-Geral do Estado do Rio Grande do Sul. Convidamos todos os presentes a ouvir o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Prestigiam esta solenidade o Deputado Estadual Maurício Dziedricki; a família do Presidente que será empossado, Cassio Trogildo: Frederico, filho; Sra. Gecy Trogildo, mãe; Sr. Dario Trogildo, pai; Sra. Joice Campos, irmã; Sr. Luis Antonio Pinto e Sra. Helena Machado, tios; Sr. Vice-Prefeito Municipal Sebastião Melo; Sr. Jorge Luís Tonetto, Secretário Municipal da Fazenda; o Sr. Vanderlei Cappellari, da Secretário Municipal de Transporte e Diretor Presidente da EPTC; o Sr. Antonio Kleber de Paula, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio; Sr. Fernando Ritter, Secretário Municipal de Saúde; Sr. Luciano Marcantonio, Secretário Municipal de Direitos Humanos; Sr. Maurício Oliveira, Secretário Especial dos Direitos Animais; Sr. Nelcir Tessaro, Secretário do Gabinete da Defesa Civil - convido o Deputado Federal Busato para que compor a Mesa dos trabalhos -; Sr. Everton Braz, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação; o Sr. Mario Luís Teza, Diretor Presidente da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre – Procempa; Sr. Lieverson Perin, Procurador-Geral do Município em exercício; o Sr. Carlos Siegle de Souza, Secretário Adjunto Municipal da Governança Local; a Sra. Ilza Berlato, Secretária Adjunta Municipal do Meio Ambiente; o Sr. DJ Cassia, Secretário Adjunto Municipal da Juventude; o Sr. Marcos Botelho, do Departamento Municipal de Habitação; o Sr. Urbano Schmitt, Secretário Municipal de Gestão; o Sr. Vinicius Cáurio, Secretário Adjunto Municipal da Cultura;
Sr. Rui de Jesus Trogildo, irmão do Presidente Cassio Trogildo; a Sra. Marilia Fidel, Presidente do Conselho de Desenvolvimento do Partenon - Codespa; Sr. Antonio Augusto Meyer dos Santos, advogado; o Ver. Roni da Casa da Sopa; o Sr. Adão Oliveira, Presidente da Sulpetro; o Sr. Rafael Serpa Bassetti, Diretor da Aiamu; membros e Diretoria do Sindicato dos Servidores da Câmara de Municipal de Porto Alegre; Sr. Carlos Vargas, Chefe do Gabinete do PTB na Assembleia Legislativa e o Sr. Ranolfo Vieira Júnior, Coordenador-Geral da Bancada do PTB na Assembleia Legislativa.

O Ver. Mauro Pinheiro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, está com a palavra.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Boa tarde a todas e a todos. Cumprimento, em nome do nosso Prefeito José Fortunati, toda a Mesa, todos os nossos Vereadores presentes nesta Sessão. Neste momento, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão Especial destinada à posse da Mesa Diretora da Casa, da Comissão Representativa e das Comissões Permanentes desta Câmara Municipal.

Declaro empossada a nova Mesa Diretora deste Legislativo: Presidente, Ver. Cassio Trogildo; 1º Vice-Presidente, Ver. Guilherme Socias Villela; 2º Vice-Presidente, Ver. Delegado Cleiton; 1º Secretário, Ver. Paulo Brum; 2º Secretário, Ver. Engº Comassetto; 3º Secretário, Ver. Mario Manfro. (Palmas.)

Convido o Sr. Luis Afonso, Diretor Legislativo, para proceder à leitura do Termo de Posse.

 

O SR. LUIS AFONSO: (Lê.): “Termo de Posse de Presidente. Aos quatro dias do mês de janeiro do ano de 2016 no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre, o Ver. Cassio Trogildo foi empossado no cargo de Presidente durante a 1ª Sessão Especial da 4ª Sessão Legislativa Extraordinária da 16ª Legislatura, tendo em vista a eleição realizada no dia 07 de dezembro de 2015, e, para constar, preencheu-se presente Termo que, lido e aceito, será assinado pelo Sr. Presidente e pelas testemunhas.”

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido o Presidente, Ver. Cassio Trogildo, a assinar o Livro de Posse.

 

(O Ver. Cassio Trogildo assina o Termo de Posse.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradeço a todos e, de imediato, passo a condução dos trabalhos ao novo Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Cassio Trogildo. (Palmas.)

 

(O Ver. Cassio Trogildo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Prestigiam este evento o Ver. Celso Rangel, de Viamão; o Sr. Salim Sessim Paulo, Vice-Presidente de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Sr. Coronel Cláudio Rangel, representante do Comando Militar do Sul; o Sr. Nelson Moussalle, Presidente da Sociedade de Engenharia; o Sr. Jorge Ferreira, Diretor Social da Associação dos Comissários de Polícia; o Sr. Oswaldo de Oliveira, do Viva Gasômetro, o Sr. Jurandir Maciel, Deputado Estadual, suplente do PTB; o Sr. Jorge Cuty, Secretário Adjunto da Saúde; o Sr. Alceu Brasinha, Secretário Adjunto Municipal dos Esportes; o Sr. Mario Fraga, Presidente da FASC; o Ver. João Antonio Dib; o Sr. Carlos César Ramos, do Centro Administrativo da Região Sul.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convidamos para fazer o seu pronunciamento o Ver. Mauro Pinheiro.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É chegada a hora de passar o nosso comando para o Ver. Cassio Trogildo, mas, antes, como é de praxe, Ver. João Antonio Dib, nosso sempre Vereador, eu quero fazer um rápido pronunciamento e falar um pouco das coisas que fizemos ao longo desse ano de 2015.

Em 2015, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre avaliou e elaborou, Prefeito Fortunati, um conjunto de projetos, temas importantes para a Cidade – foram apresentados mais de 400 e aprovados mais de 300 projetos de lei: temas fundamentais como a criação da Área de Interesse Social; sistema de transporte por lotação para a Zona Sul de Porto Alegre; o feriado de 20 de novembro; os limites dos bairros da Cidade; a mobilidade urbana; a polêmica do Uber; o Plano Municipal de Educação; o Mapa dos Direitos Humanos da Capital; a CPI do Acampamento Farroupilha; a questão envolvendo o efeito cascata nos vencimentos dos servidores municipais e vários outros projetos polêmicos e debates que realizamos nesta Casa, no ano de 2015. Entre tantos outros pontos importantes, foram alvos das atenções nesta Casa, no ano de 2015. Tenho a convicção de que o conjunto dos 36 Vereadores e Vereadoras mais uma vez fez o seu trabalho. Esta Casa, como é da sua tradição, enfrentou, discutiu e deliberou a respeito de importantes temas relacionados temas relacionados com a vida desta Cidade.

Neste período de 12 meses da Presidência, nos propusemos a executar uma série de ações, que dividimos em dois grupos: as ações de gestão e administração da Casa e ações de viabilidade externa do nosso Legislativo, ações essas que se traduziram em projetos especiais.

Vamos iniciar o balanço das nossas ações pelos projetos especiais. Concedemos, planejamos e implementamos duas experiências legislativas cujos resultados atingidos foram além de nossas expectativas iniciais. Estou falando dos projetos do Parlamento Metropolitano e do Parlamento Jovem. O Parlamento Metropolitano foi constituído em abril de 2015, por proposição da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, como espaço institucional integrado pelas 34 Câmaras de Vereadores da Região Metropolitana de Porto Alegre. A meta principal do Parlamento Metropolitano foi proporcionar a cooperação entre as casas legislativas participantes, buscando debates e a resolução de problemas comuns dos Municípios que integram a nossa Região Metropolitana. Foram constituídas sete comissões permanentes que discutiram e fizeram encaminhamentos de uma série de temas, como a criação do hospital regional do Vale dos Sinos e Sapateiro; a universalização da educação infantil na Região Metropolitana, comandada pela Ver.ª Jussara Cony; a criação da Univales – Universidade dos Vales; a gestão dos resíduos sólidos e do saneamento na região; em reuniões plenárias e reuniões de Mesa Diretora, foram debatidas políticas públicas integradas para a Região Metropolitana; a transparência; a gestão das Câmaras de Vereadores da região.

A próxima Mesa Diretora deverá ser eleita em março de 2016 com o desafio de constituir formalmente o coletivo e uma estrutura permanente que possa dar suporte às atividades do Parlamento Metropolitano.

Quero aqui deixar o meu agradecimento aos meus colegas Vereadores das 34 Casas Legislativas que participaram dessa experiência inovadora. Quero destacar o trabalho da equipe da Presidência e da Direção-Geral, que coordenou o projeto, a Ilza do Canto, a Michele Sandri e a Adriana Justo.

O segundo projeto especial desenvolvido este ano, pela nossa gestão, foi o Parlamento Jovem, que promoveu uma aproximação da Câmara Municipal com a Secretaria Municipal de Educação; proporcionou a alunos das escolas da rede municipal de ensino uma experiência única de vivenciar a dinâmica da atividade parlamentar da Câmara Municipal de Porto Alegre, quando problemas enfrentados no cotidiano destes alunos foram discutidos em comissões temáticas, o que resultou na formulação de projetos de lei que foram aprovados pelos jovens parlamentares em sessão plenária do Parlamento Jovem. As proposições aprovadas pelo Parlamento Jovem estão sendo analisadas pela Mesa Diretora Legislativa para posterior encaminhamento com o objetivo de serem transformados em projetos de lei de autoria da nossa Mesa Diretora.

A experiência exitosa do Parlamento Jovem pode ser traduzida em números. Tivemos a participação de seis escolas municipais, contamos com a parceria de 30 professores da rede municipal de ensino. O projeto, na sua fase inicial, contou com a participação de 660 alunos; desses, 280 visitaram a Câmara Municipal. Deste total de 660 alunos das seis escolas participantes do projeto foram escolhidos e eleitos 24 jovens vereadores que compuseram efetivamente o Parlamento Jovem. Este projeto só foi viabilizado com o apoio e a parceria da Secretaria Municipal de Educação, e agradeço à Secretária Cleci Jurach. De forma também especial quero agradecer ao nosso Prefeito José Fortunati que também nos apoiou neste projeto do Parlamento Jovem – muito obrigado, Prefeito e Secretária Cleci Jurach.

Quero destacar também o trabalho da equipe da Presidência, que foi coordenado pela professora Débora Stein e pelo professor Guilherme Tortelli. Agradecer também aos servidores da Casa que atuaram nos dois projetos – Parlamento Metropolitano e Parlamento Jovem; meus agradecimentos aos servidores do Memorial, da Escola do Legislativo, da Seção de Atendimento a Vereadores e Bancadas, da Diretoria Legislativa, do Setor de transporte, da Assessoria de Comunicação Social, da Assessoria de relações Públicas, que atuaram juntamente com a equipe da Presidência para o pleno êxito desses dois importantes projetos.

Aproveito para me colocar à disposição do Presidente Cassio Trogildo e da Mesa Diretora no que for necessário, a fim de fornecer informações e subsídios para uma possível continuidade desses dois projetos no ano que se inicia.

Também quero abordar as ações internas de gestão e administração da Casa: já nas primeiras semanas de janeiro passado, quando assumimos essa presidência, deixamos de ser somente, Sr. Prefeito, um Parlamentar municipal e passamos também a ser um gestor, um ordenador de despesas. E foi exatamente na condição de gestor desta Casa que assumimos o compromisso com a preservação do interesse público, com respeito ao dinheiro público, Ver. João Antonio Dib, e assumimos esses compromissos baseados em fundamentos republicanos, na obediência à Constituição Federal e aos demais diplomas legais, tanto estaduais, quanto municipais a que esta Casa está submetida.

Tendo o interesse público como norteador do nosso trabalho, iniciamos a implementação de uma série de ações de cunho administrativo nesta Casa; evidentemente, erramos, sabedores que algumas dessas ações eram contrárias a interesses. O filósofo René Descartes disse que não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis. Concordamos com Descartes, ele tinha razão: algumas de nossas ações de gestão provocaram fortes reações, o que era previsível, pois os processos de mudança quase sempre são assim. Durante o processo de implementação dessas mudanças, fomos alvos de incompreensões, ameaças, injúrias; fomos acusados de improbidade administrativa, fomos atacados de todas as formas. Porém, mesmo enfrentando esse contexto desfavorável, avançamos o nosso planejamento e implementamos um conjunto de ações de caráter administrativo, cuja motivação principal foi atender a dois pressupostos básicos: adequação de processos internos à legislação vigente e a maior eficiência administrativa. É bom salientar que alguns desses ajustes administrativos acabaram por atender a recomendações apontadas pelo TCE em recorrentes relatórios de inspeção anual.

As ações de revisão administrativa e de gestão da Casa foram muitas, mas quero aqui dissecar algumas dessas ações: durante este ano, foi dada uma atenção especial às instalações físicas da Casa. Entre as principais obras: destacamos a reforma dos banheiros, obras e reformas para adequação ao Plano de Prevenção Contra Incêndio, manutenção da subestação de energia elétrica, manutenção do nobreak para a luz de emergência, início da reforma do plenário Otávio Rocha, aprimoramento do sistema wi-fi, entrega do bicicletário coberto, e, no final do primeiro semestre deste ano, atendendo a uma decisão legal de 2012, passamos a divulgar os nomes, cargos e salários dos servidores do Legislativo Municipal.

Outra ação importante foi a retomada do cumprimento da carga horária semanal de 40 horas legalmente estabelecidas para o funcionamento da Casa.

Destacamos também a aplicação das conclusões contidas em Laudo Pericial, elaborado em 2013 pela equipe da perícia técnica da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, que elaborou, pela primeira vez na história do Legislativo Municipal, um mapeamento completo dos riscos ocupacionais, abrangendo todos os setores desta Casa. A importância deste mapeamento foi a constatação de que a Casa avançou nos seus métodos de trabalho, adotou novas tecnologias, o que acarretou a eliminação de vários agentes insalubres e/ou perigosos, que ofereciam riscos aos nossos colaboradores.

Não posso concluir a abordagem das ações de gestão desenvolvidas neste ano sem fazer a necessária menção a um importante projeto desenvolvido pela nossa área de Informática, que é a ferramenta de Processo Eletrônico da Câmara Municipal, o nosso eProc, cuja implantação foi iniciada em 2014 e que teve continuidade neste ano, com a virtualização de novos processos que saíram da era do papel e entraram na era digital. No final de 2015, o eProc foi regulamentado. Temos a convicção de que, gradativamente, o eProc irá revolucionar esta Casa, eliminando o uso do papel, agilizando os processos internos e trazendo definitivamente a Câmara de Porto Alegre para o século XXI.

Finalizo esta exposição das mais importantes ações de gestão implementadas este ano, destacando a implantação do ponto eletrônico na Casa. Na realidade, com a implantação do ponto eletrônico, finalizamos um trabalho iniciado ainda na gestão do meu antecessor, Presidente Prof. Garcia. A Câmara de Vereadores de Porto Alegre, desde o início do mês de novembro, passou a controlar a efetividade dos seus mais de 700 servidores através de um moderno sistema de controle eletrônico de efetividade. A Câmara Municipal de Porto Alegre, até a implantação do ponto eletrônico, era um dos poucos órgãos públicos da nossa Capital que ainda mantinha um controle de efetividade baseado em livro ponto, aos moldes do que era praticado no tempo da Intendência Municipal, nos séculos XIX e XX.

O funcionamento do sistema de ponto eletrônico na Câmara de Vereadores está revolucionando a Casa no ponto de vista da gestão e do planejamento, e só teremos condições de avaliar os ganhos administrativos e gerenciais que essa ferramenta pode proporcionar nos próximos meses.

Aproveito o momento para agradecer a parceria, o trabalho e o comprometimento dos colegas da Mesa Diretora: Ver. Paulo Brum, Ver.ª Jussara Cony, Ver. Delegado Cleiton, Ver. Waldir Canal e Ver. Paulinho Motorista. Quero agradecer a esses meus colegas que, durante o ano de 2015, participaram, junto comigo, na Mesa Diretora, tomando as decisões, me apoiando e trabalhando em conjunto para o bom trabalho da nossa Casa. Sem o importante apoio da nossa Mesa Diretora, as ações de gestão que revolucionaram esta Casa não teriam sido implementadas. Quero também agradecer o empenho e a dedicação dos Diretores desta Casa: Diretor-Geral, Luís Berres; Diretor Legislativo – 37º Vereador –, Luiz Afonso; Diretor Administrativo, Francisco Dornelles e Paulo Muzell. Agradeço à Coordenadora de Comunicação Marta Duenas e também aos assessores diretos da presidência Adriana, Justo, Anderson Mengue; e também aos servidores da Casa: Fátima Carapeços, Eduardo; e estagiárias Gabi e Fabiane. Também quero agradecer à RP: Andréia, Zé e todos que estiveram junto conosco, o tempo inteiro, nos auxiliando, o meu muito obrigado. Também quero agradecer àqueles que me conduziram durante o ano de 2015, os motoristas: o Pacheco, o Oli, o Florisnei e o Pingo. Quero deixar meus agradecimentos aos servidores desta Casa pelo comprometimento profissional sempre demonstrado, mesmo nos mais diversos momentos de divergência. Quero dizer a todos que trabalhei naquilo em que eu acreditava e nunca tive nada contra nenhum servidor, simplesmente implementei e trabalhei naquilo em que acreditava ser pelo bem do serviço público. E agradeço a todos eles. Finalizando, quero desejar sucesso na gestão que se inicia ao novo Presidente, Ver. Cassio Trogildo, e aos componentes da nova Mesa Diretora: Ver. Villela, Ver. Delegado Cleiton, Ver. Paulo Brum, Ver. Engº Comassetto e Ver. Mario Manfro, bem como a todos os novos Diretores. Muito obrigado, um ótimo 2016 e um bom trabalho para todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS (José Luís Espíndola Lopes): Sr. Presidente, gostaríamos de registrar as presenças da Sra. Maria Elisabeth Rosa Pereira, Secretária Adjunta Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos; e do Sr. Fernando Klassmann, Vereador de Santa Rosa e Presidente da Juventude Estadual do PTB. Neste momento, convidamos a Sra. Renata Pinheiro a fazer a entrega de flores à Sra. Vivian Trogildo.

 

(Procede-se à entrega de flores.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Sr. José Fortunati, Prefeito Municipal de Porto Alegre, está com a palavra.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Meu caro Vereador Presidente Cassio Trogildo, ao saudá-lo, quero saudar de uma forma muito especial o ex-Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, pelo belo trabalho realizado juntamente com a Mesa Diretora que acabou seu mandato. Quero cumprimentar, de uma forma muito carinhosa, o meu Líder, Ver. Kevin Krieger, Líder Reginaldo Pujol, Líder Paulo Brum, Lideranças essas que, sem dúvida nenhuma, meu Vice-Prefeito Sebastião Melo, muito fizeram para que tivéssemos uma reação extremamente propositiva com esta Casa. Quero cumprimentar todos os Vereadores; todas lideranças que se encontram nesta Casa; os representantes do OP; as lideranças comunitárias. (Palmas.) Enfim, todos que, de uma forma ou de outra, aqui estão para presenciar um ato da democracia.

Todos sabemos que o ano de 2015 reapresentou, para todos nós, um ano extremamente complexo e difícil. Na verdade, ainda vivemos três grandes crises: a crise ético-moral, a crise política e a crise econômica. A crise ético-moral, meu querido e sempre líder, Ver. João Antonio Dib, traz em si talvez um dos grandes ensinamentos da história, não mais recente, mas da história política brasileira. Pela primeira vez, ao analisarmos todas as crises que este País já vivenciou – e não foram poucas –, temos uma investigação que não pune somente o corrupto, mas busca também o corruptor. Temos uma investigação que procura atingir não somente o Chico, mas também o Francisco; temos uma investigação que de forma muito séria é efetivada pelo Ministério Público Federal; pela Polícia Federal; pelo Poder Judiciário, que é representado muito bem pela figura do Juiz Moro; pelo nosso Ministro gaúcho, Teori Zavascki. Hoje a investigação avança, realmente, em descortinamento muito claro do mau uso do dinheiro público. Estou confiante que exatamente a partir deste novo momento nós possamos avançar e retirarmos deste cenário um cenário tão triste para todos nós. O que é positivo pela primeira vez na história da República: um Senador vai para cadeia. Pela primeira vez na história da República um Presidente da Câmara é investigado de forma séria. Digo isso porque vivenciei a investigação que se vez contra o ex-Presidente Ibsen Pinheiro, que foi claramente injustiçado por uma capa de revista que acabou, naturalmente, permitindo o seu impeachment de forma absolutamente injusta. Pela primeira vez se faz uma investigação justa sobre o Presidente do Senado Federal, sobre Ministros da República, e, pela primeira vez, temos grandes empreiteiros – que, infelizmente, acabaram utilizando, de forma indevida, as suas relações com o Estado – também presos. Vejo este momento de um lado, com tristeza, porque gostaria, como cidadão brasileiro, de não estar assistindo a isso; mas, como homem público, meu Ver. Cecchim, não tenho dúvida de que se trata de um momento histórico da vida nacional, porque, a partir dele, a exemplo do que aconteceu com a Operação Mãos Limpas, na Itália, quem sabe possamos virar essa página e trilhar um novo tempo, no qual o dinheiro público seja respeitado, no qual as ações possam ser realmente transparentes da melhor forma possível. (Palmas.) Eu sou um velho otimista. Um otimista acredita, sim, que é possível, através da transparência, avançarmos nas nossas ações. Aliás, falo isso, meu Ver. Nedel, com muita tranquilidade, porque a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, nesse ano de 2015, recebeu dois reconhecimentos. O primeiro deles por parte do Tribunal de Contas do Estado, que, ao analisar os 497 Municípios gaúchos, colocou Porto Alegre como a cidade mais transparente do Estado do Rio Grande do Sul. (Palmas.) O segundo reconhecimento, feito há poucos dias, no Dia Internacional de Combate à Corrupção, quando o Ministério Público Federal, o mesmo Ministério Público Federal que faz as investigações da Lava Jato e tantas outras mazelas anuncia, depois de um profundo estudo dos 5.550 Municípios brasileiros, o grau de transparência dos Municípios brasileiros, dando a cada município a nota de zero a dez. Nesse ranking que o Ministério Público Federal anunciou há poucos dias, Porto Alegre é a capital mais transparente e uma das cidades mais transparentes do País, recebendo nota dez (Palmas.), mostrando claramente a forma como nós estamos trabalhando em nossa Cidade. Mas, ao mesmo tempo em que aqui, com muita tranquilidade, defendo a continuidade das apurações, os aplausos ao Ministério Público Federal, os aplausos à Polícia Federal, os aplausos ao juiz Moro, ao Ministro Teori Zavascki, quero deixar muito clara a minha posição em relação ao pedido de impeachment da Presidente Dilma. Eu participei, Prefeito Villela, do processo de impeachment do ex-Presidente Fernando Collor de Mello. Naquele momento, nós tínhamos atos de improbidade praticados muito claramente por Collor de Mello. Não foi somente a compra da Fiat Elba, compra entre aspas, foi a reforma da Casa da Dinda, mas mais importante do que isso, e parece que o País esqueceu, foi a chamada Operação Uruguai, quando milhões de dólares foram levados do Exterior pelo ex-Presidente, caracterizando ato de improbidade, e por isso o Congresso Nacional não vacilou um momento sequer em buscar a sua cassação. Não vejo a mesma situação em relação à Presidente Dilma, não existe nenhum ato de improbidade que atinja a Presidente Dilma; por isso, ao mesmo tempo em que acho que as investigações devem continuar, não posso aqui, de forma alguma, deixar de, de forma muito respeitosa, defender a Presidente Dilma em relação a este processo. (Palmas.) Também tenho, a exemplo de milhões de brasileiros, uma grande contrariedade com a política econômica em que o País vem vivendo, certamente uma política econômica que nos assusta, aumenta o desemprego, traz aflição a todos nós. Mas, quero aqui, de forma muito clara afirmar que como estamos num sistema presidencialista e não no sistema parlamentarista, não nos cabe discutir as dificuldades da economia para buscarmos o impeachment da Presidente. Lembrem que se estivéssemos no Sistema Parlamentarista, sistema que defendi quando do plebiscito, aí sim, a Presidente poderia perder o voto da maioria, e consequentemente ser destituída, mas estamos num presidencialismo, e consequentemente o nosso desgosto ou não com as políticas praticadas pelo Poder Executivo Federal devem ser praticadas em ano eleitoral, mostrando exatamente quem devemos defender e quem devemos apoiar ou defenestrar. Entendo que é fundamental que possamos refletir sobre essas três crises, porque elas acabam aprofundando aquilo que nos assusta no momento, que é a crise econômica. Enquanto não tivermos debelada a crise ética e moral, com as apurações terminando, que por sua vez agravam a crise política, já que atingem em cheio o Congresso Nacional e o próprio Poder Executivo Federal, não teremos, na condição de País, de buscarmos as ferramentas adequadas para combatermos a crise econômica que hoje atinge todos nós. É claro que a crise econômica não é somente fruto de ações internas, nós temos as questões externas, a queda dos commodities, medidas praticadas por outros países que nos atingem, mas indiscutivelmente várias das medidas que poderiam e deveriam ser atacadas agora, não o são por falta de confiabilidade política, no mínimo, enquanto essas três crises continuarem acontecendo. O que nos preocupa sobremaneira é que essa crise econômica acaba atingindo de forma muito especial, muito particular, os 5.550 Municípios brasileiros. É o ente federado que acaba pagando a conta. Por quê? No momento em que o Governo Federal faz cortes no seu Orçamento, deixa de repassar esses recursos para os Municípios; no momento em que os Governos Estaduais fazem cortes nos seus Orçamentos, deixam de repassar esses recursos para os Municípios; além da crise trazendo queda na arrecadação dos Municípios. Só para dar um exemplo concreto para que vocês saibam, meu Secretário Jorge Tonetto, nós, neste ano de 2015, dados fechados até o último dia de novembro, de janeiro a novembro, nós tivemos um repasse a menor, uma queda nas transferências que nós deveríamos receber do Governo Federal de R$ 44 milhões; tivemos uma queda da transferência que o Estado do Rio Grande do Sul deveria fazer para Porto Alegre, num total de R$ 68,5 milhões. O que significa um embolso a menor, por parte da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, de R$ 112.5 milhões. Não bastasse isso, ainda temos uma queda na arrecadação própria, caindo os impostos próprios: o ITBI caiu 11%; temos uma queda dos demais tributos, fazendo com que o cenário econômico-financeiro da Prefeitura naturalmente seja preocupante. Não bastasse isso, se de um lado caem as receitas do Município, de outro lado, aumentam as nossas responsabilidades a cada momento. Com a crise social, com a crise econômica, aumenta cada vez mais a necessidade dos investimentos que a Cidade faz. Se olharmos uma única área, meu Secretário Fernando Ritter, que é exatamente a área da Saúde, nós, Porto Alegre, temos um contrato assinado com o Governo do Estado e com o Governo Federal, é a chamada contratualização, pela qual deveríamos atender de acordo exatamente com o combinado, 60% dos usuários do Sistema Único da Saúde, moradores de Porto Alegre, cidadãos de Porto Alegre, e 40% cidadãos de fora de Porto Alegre, do Interior do Estado ou de qualquer outro Estado. Pois bem, com a crise reinante, culminado com o fechamento de leitos no Interior do Estado - somente aqui em Canoas foram fechados há poucos dias 70 leitos -, acaba migrando, exatamente, meu querido Ver. Reginaldo Pujol, para a cidade de Porto Alegre. Hoje a pirâmide se inverteu, continuamos recebendo, para atender 40% dos usuários do SUS, mas, na prática, estamos atendendo mais de 60%, sendo que na alta complexidade - quem lida com a saúde sabe que esta é exatamente a parte mais cara, mais onerosa os investimentos na saúde, pelo sistema complexo que nós estamos atendendo -, Porto Alegre atende 65% dos pacientes de fora de Porto Alegre e 35% apenas da cidade de Porto Alegre. Isso mostra que a crise naturalmente chega, e chega com muita força ao Município de Porto Alegre, mas não nos abatemos de forma alguma. Porto Alegre, desde de 2005, com a presença do Prefeito José Fogaça, começou a colocar em prática um novo modelo de gestão que procura oxigenar a máquina pública. Quando assumi em 2010, aperfeiçoei o modelo de gestão, trazendo para a esfera pública municipal o chamado “contrato de gestão”, um instrumento somente utilizado, até então, pela esfera privada. Pois bem, fomos lá, buscamos, meu querido Tarciso, e passamos a aplicar o contrato de gestão em Porto Alegre. Isso fez com que, a cada mês, pudéssemos, realmente, controlar as nossas metas, os nossos gastos, e, por isso, a situação de Porto Alegre hoje é absolutamente tranquilizadora. Não significa que estejamos rasgando dinheiro; não significa que estejamos tranquilos em relação ao ano de 2016, mas significa que estamos fazendo o nosso dever de casa. Isso possibilitou que a Administração pública pudesse continuar o seu trabalho.

Fizemos – e isso é importante dizer, Delegado Cleiton – a primeira licitação de ônibus da história da cidade de Porto Alegre. Fomos nas 17 regiões do OP, discutimos com os usuários e apresentamos um edital que acabou, sem dúvida nenhuma, Vanderlei Cappellari, sendo o mais moderno do País, cuja operação começa ainda no primeiro semestre de 2016. Demos continuidade, meu caro Secretário Urbano Schmitt, a todas as obras de mobilidade. Estamos enfrentando pendências judiciais, desapropriações, dificuldades outras, mas estamos obstinados em entregarmos à Cidade o maior número possível dessas obras até o final deste ano. Construímos creches e Unidades de Saúde, estamos fazendo uma reforma exemplar no nosso Hospital de Pronto Socorro, estamos continuando com obras de macrodrenagem que, indiscutivelmente, possibilitam que Porto Alegre possa suportar as grandes enchentes, moradias populares. Não tenho dúvida, Secretário Everton, de que, a cada ano que passa, mais e mais moradias populares são construídas, exatamente para quem mais precisa, a população que recebe entre zero e três salários mínimos.

Começamos as obras de revitalização da orla do Guaíba; revitalizamos e iluminamos parques e praças; ampliamos a coleta seletiva de lixo, que é uma marca de Porto Alegre, para todas as ruas da Cidade; vamos duplicar, já no próximo mês, o número de contêineres aqui na Cidade, colocando mais 5 mil lixeiras também; vamos ampliar a coleta domiciliar. A nossa SEDA, a Secretaria Especial dos Direitos Animais, fez mais de 5 mil atendimentos neste ano de 2015. Eu poderia citar muitas outras ações, mas não vou cansá-los.

Na área da cultura, o meu caro Secretário Vinícius preparou o belo réveillon, a grande festa de final de ano para a nossa Cidade. O que eu preciso com muita tranquilidade afirmar é que, em primeiro lugar, essas obras passaram todas pelo crivo democrático do nosso Orçamento Participativo. É importante lembrar que, no ano de 2016, quando o Orçamento Participativo completou 26 anos na cidade de Porto Alegre, nós tivemos a maior participação popular da história do OP na nossa Cidade. Naturalmente, não pode ser esquecida a boa vontade, que foi tensa em alguns momentos, mas extremamente contagiante em outros, da Câmara Municipal de Vereadores. Por isso, Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, quero lhe agradecer pela sua condução, condução de estadista; agradecer à Mesa Diretora, aos Vereadores e às Vereadoras. Se a nossa situação financeira, neste momento, também começa a ficar em um nível equilibrado, quero agradecer à devolução dos R$ 12,5 milhões que a Câmara fez ao final deste ano. (Palmas.)

Sabemos que a crise econômica irá perdurar em 2016, e, por isso, Presidente, Ver. Cassio Trogildo, a minha vinda, assim como a vinda do Vice-Prefeito Sebastião Melo, sempre Vereador desta Casa, e a de tantos Secretários, é a clara demonstração de que queremos continuar dialogando de forma respeitosa com a autonomia que os Poderes têm para que a gente possa procurar, a cada momento, soluções para as nossas obras e ações da cidade de Porto Alegre.

Desejo à nova Mesa Diretora muito êxito na condução de seus trabalhos, a todos os Vereadores e Vereadoras o nosso compromisso de amplo diálogo. Desejo a todos um feliz 2016 e que Deus continue nos abençoando. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Prefeito José Fortunati.

Neste momento convido o meu colega, Ver. Guilherme Socias Villela, 1º Vice-Presidente desta Casa, para assumir os trabalhos da presente Sessão.

 

(O Ver. Guilherme Socias Villela assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Cassio Trogildo, Presidente desta Câmara de Vereadores de Porto Alegre, está com a palavra.

 

O SR. CASSIO TROGILDO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje assumo a mais importante missão da minha recente trajetória eleitoral, mas de uma longa trajetória política. Semana passada, recebi pelo WhatsApp, companheiro Renato Gravino e Didi, uma fotografia em que estou com um grupo de estudantes da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre – UMESPA, em uma pizzaria na Zona Sul da Cidade, datada de 1984. Ali estava parte dos meus primeiros parceiros de utopia, da utopia de Eduardo Galeano. Um estudante, certa vez, perguntou ao Galeano: “Para que serve a utopia?” E ele respondeu que a utopia está no horizonte e é impossível ser alcançada, pois, se dermos dez passos à frente, ela ficará dez passos mais longe; quanto mais eu buscar, menos eu encontrarei, porque ela vai se afastando à medida que eu me aproximo.

Mas, então, para que serve a utopia? A utopia serve para isto: para caminhar, para nos mover adiante. E é neste ano de 1984 que inicia a minha trajetória política, em plena campanha das Diretas Já. De lá para cá, nunca deixei de fazer política, de militar. No movimento comunitário, Fonseca, lá no Majagru – Núcleo Comunitário Madepinho, Jardim das Palmeiras e Grutinha; também na União das Associações de Moradores de Porto Alegre, a UAMPA, no movimento sindical bancário; na mobilização, Prefeito Fortunati, pela criação do Meridional, quando o senhor presidia o Sindicato dos Bancários; na presidência da União Estadual de Estudantes, na Juventude do PMDB, Ver. Cecchim, até 1996; e, a partir de então, no Movimento da Juventude Trabalhista do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro. E os companheiros como o nosso sempre Senador Sérgio Zambiasi, me oportunizaram passar pela Assembleia Legislativa, por esta Câmara Municipal, no ano de 2000, como funcionário da Bancada do PTB, pela direção da Fundação Gaúcha do Trabalho e Assistência Social e pela Secretaria Municipal de Obras e Viação de Porto Alegre.

Em 2012, fui eleito para o meu primeiro mandato como Vereador, com 9.541 votos pelo PTB, Partido em que estou filiado há 19 anos.

Meus colegas Vereadores, todos nós, Vereadores desta Casa, estamos aqui legitimados pelo voto popular, num processo eleitoral comandado pelo Poder Judiciário. Muitas vezes, esse processo segue nos tribunais tempos após a eleição, como é o caso. Tenho a mais absoluta convicção de que o Tribunal Superior Eleitoral vai confirmar a sentença que obtive em 1º Grau, instância que analisou o nosso processo de forma mais aprofundada. Ouviu testemunhas, comparou informações e, com base nessa análise, considerou improcedente todas as denúncias que foram injustamente atribuídas a mim! (Palmas.) Sinto-me legitimado em estar aqui, pois foi a própria Justiça Eleitoral que me diplomou e garantiu o exercício do nosso mandato, e os meus Pares me elegeram com ampla maioria de votos. É dentro dessa legitimidade e da confiança dos eleitores do meu partido, dos meus colegas Vereadores que vou colocar todo o meu empenho pelo bem da Cidade na condição de Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Será um ano de muito trabalho.

O ano de 2015 encerrou com acontecimentos históricos que marcaram a vida dos porto-alegrenses. A nossa geração, que cresceu questionando a existência do muro da Av. Mauá, Prefeito Fortunati, que acabou de falar nas enchentes, sentiu de perto a real necessidade da existência do sistema de proteção contra enchentes. Porto Alegre demonstrou uma capacidade incrível de voltar ao seu estado natural após uma situação crítica. A solidariedade da população foi comovente. Como diz o termo latim resiliens, voltamos ao estado normal; resistimos, demonstramos uma capacidade de resiliência, precisamos estar preparados sempre para resistir e seguir firme às intempéries, sejam elas ambientais, sociais ou econômicas, cada vez mais presentes em nossa Cidade. A recente COP 21 – Presidente Villela, que o senhor esteve acompanhando em Paris – ressaltou a necessidade da preparação das cidades para a resiliência. Um termo que pode parecer distante da nossa realidade, e justamente por essa razão é preciso discuti-lo.

Vivemos num momento em que não basta ter a consciência de não prejudicarmos o meio ambiente: é preciso sair da zona de conforto e prontificar-se a realizar, pois para fazer o mal, muitas vezes, basta estarmos omissos. Por isso, convoco a todos, para no próximo dia 27, acompanharem o lançamento da primeira estratégia de resiliência de Porto Alegre. O documento vai apresentar recomendações e ações práticas para tornar a Cidade mais preparada a enfrentar adversidades. Há pelo menos dois anos a Cidade de Porto Alegre vem trabalhando nesse tema, por meio do núcleo estratégico Projeto Porto Alegre Resiliente, formado por profissionais da Prefeitura, da Universidade Federal e da ONG Centro de Inteligência Urbana, sob coordenação da Secretaria de Governança Local e do Coordenador de Resiliência da Cidade, César Busatto.

No Brasil, somente Porto Alegre e o Rio de Janeiro foram escolhidas para o Desafio 100 Cidades Resilientes, iniciativa da Fundação Rockfeller, um protagonismo mundial da nossa Cidade, mas principalmente em termos locais. Junto a esse importante debate, a Câmara Municipal de Porto Alegre estará presente, não apenas nas discussões, mas na linha de frente das iniciativas.

Apresentamos o Projeto de Lei nº 015/15, que institui no Município de Porto Alegre o Plano de Resiliência, com o objetivo de iniciar a discussão sobre o tema, propondo um produtivo debate para a nossa Cidade. Nesse enfoque, o nosso projeto é transformar numa referência em sustentabilidade, através da implantação da energia fotovoltaica, da iluminação completa de toda a sua área com lâmpadas LED. Estamos estudando a viabilidade de o nosso prédio fazer o aproveitamento das águas da chuva e da implantação de um telhado verde, entre outras iniciativas, para tornar o Palácio Aloísio Filho um prédio sustentável.

Outro plano que é muito caro ao nosso mandato e será a marca da nossa gestão é um aprofundamento da relação do Parlamento com as comunidades, em especial com as mais carentes da nossa Cidade, através de suas representações comunitárias.

Porto Alegre receberá, de 19 a 23 de janeiro, o Fórum Social Mundial – Porto Alegre, 15 Anos, edição comemorativa, que marca o décimo quinto ano de existência desse importante evento, que teve início em Porto Alegre e é referência mundial como modelo de reflexão de todos os segmentos democráticos do mundo na busca de um outro mundo possível, mundo este, diante dos últimos acontecimentos, que se mostra cada vez mais necessário.

Porto Alegre só se tornou sede do primeiro Fórum Social Mundial, em 2001, porque esta cidade amada já era referência democrática no mundo, pois aqui já existia uma experiência ímpar, que delegava à população a decisão da alocação dos investimentos públicos em caráter deliberativo. O Orçamento Participativo de Porto Alegre até hoje, após mais de 26 anos de vida, continua sendo a principal e mais revolucionária experiência de radicalização democrática que o mundo conhece.

Tenho profundo respeito e compromisso com esse processo. Durante a nossa gestão, construiremos formas de estreitar ainda mais a relação da democracia representativa que esta Casa que assumo hoje responde com a democracia direta. Porto Alegre já dá exemplo de como esses modelos podem conviver em perfeita harmonia, pois há mais de três anos, meus colegas Vereadores, este Plenário vota a Lei Orçamentária anual, que a partir de 2013, passou a vir a esta Casa com as demandas do OP gravadas no Orçamento anual da Prefeitura, respeitando integralmente o conteúdo aprovado pela população.

Sendo esta a Casa do Povo da nossa Cidade, quero dar a esse conceito um marco físico, um local onde a população em geral e em especial onde as lideranças comunitárias, delegados e conselheiros do OP têm um espaço que auxilie no seu trabalho, espaço que possa servir para reuniões, pesquisas, debates, onde as comunidades saibam que terão à disposição as ferramentas necessárias para o desenvolvimento do seu trabalho comunitário, tão importante para Porto Alegre. Se há uma figura que precisa ser extremamente valorizada e respeitada na nossa Cidade é a figura do líder comunitário. Nossa Cidade deve muitas de suas conquistas a esses heróis anônimos que doam seu tempo voluntariamente para organizar suas comunidades na busca de melhorias extremamente necessárias, que nem sempre o Poder Público consegue enxergar sozinho.

O Brasil e o mundo vivem um momento emblemático. As diversas manifestações populares que brotam mundo afora, e especialmente em nosso País, demonstram que há um descompasso entre as decisões políticas e institucionais dos governos e as necessidades da população. O modelo de democracia representativa já não responde, por si só, a todos os anseios dos cidadãos. Nesse contexto, é extremamente vital para a democracia a municipalização dos recursos hoje concentrados, Secretário Tonetto, no poder central, e a criação de outros canais que permitam a participação direta da população em outros momentos da vida das cidades que não sejam somente de quatro em quatro anos, durante as eleições regulares. É nesse cenário que experiências de participação direta, como o Orçamento Participativo, merecem ser cada vez mais estudadas e praticadas pelos governos. Em Porto Alegre existe uma experiência que completará 27 anos e tem na sua bagagem inúmeros avanços, que, como vimos, são exemplos para o mundo, tendo suas práticas copiadas em diversos Continentes. São práticas como essas que tornarão nossa democracia cada vez mais forte, pois, diante das experiências governamentais registradas mundo afora, tem-se a certeza de que é a única que garante a convivência livre e pacífica dos seres humanos, com tolerância e respeito às suas crenças, culturas e ideais é a democracia, mesmo com todas as suas dificuldades e contradições. Analisando todos os momentos de crise desse sistema e as soluções tentadas pela sociedade, tem-se a certeza de que só resolveremos as crises da democracia com mais democracia. É com esse compromisso e com essa responsabilidade que assumo hoje a tarefa de presidir esta importante Casa, a Casa da democracia, na Cidade que é reconhecida pelo mundo como a Capital mundial da democracia direta. Meu mandato na presidência desta Casa será de continuidade administrativa, Ver. Mauro Pinheiro, de uma gestão compartilhada desde o início desta legislatura, que vem trazendo avanços ano a ano, desde a presidência do Ver. Dr. Thiago, passando o comando pelo Ver. Professor Garcia – a quem quero render uma homenagem muito especial, torcendo para que logo possa estar plenamente recuperado e convivendo entre nós novamente (Palmas.) – e que passou, então, também pelo Presidente que nos entrega a direção da Casa, Ver. Mauro Pinheiro. Vamos procurar sempre instrumentalizar a Câmara para que os Vereadores possam cumprir melhor o seu papel e melhor servir a nossa população. Teremos um diálogo permanente com os servidores desta Casa, utilizando seus conhecimentos adquiridos ao longo do tempo para melhor gerir o Parlamento da Capital. O Poder Legislativo precisa ratificar a sua independência, mas no espírito, Prefeito Fortunati, de colaboração com o Poder Executivo Municipal. Afinal, a população espera eficiência, eficácia e efetividade dos resultados do Poder Público. Sem espírito propositivo não faremos nossa Cidade avançar. Aproveito aqui – chegando ao final – para agradecer aos meus colegas de bancada: Vereadores Elizandro Sabino, Paulo Brum, Humberto Goulart, Carlos Casartelli, Brasinha e Roni da Casa da Sopa. Quero agradecer também ao Presidente do Diretório Metropolitano do PTB, Dep. Maurício Dziedricki, meu parceiro e irmão dessa e de tantas outras jornadas, em nome de quem agradeço e abraço todos os filiados e militantes do Partido Trabalhista Brasileiro. Por fim, quero agradecer o carinho e a compreensão da minha família, que sempre tem estado ao meu lado, da minha esposa, Viviane, do meu filho Frederico, do meu pai, Dario, da minha mãe, Gecy, dos meus irmãos Rui, Rita, Joyce, da minha sogra, do meu sogro, do meu tio Luís, da minha tia Helena, demais parentes que estão aqui e todos os amigos que se fazem presentes, em especial, dois irmãos da boa luta, companheiros Everton Braz e Carlos Siegle. Estamos prontos, preparados para os desafios que virão pela frente, com muita coragem, serenidade e fé em Deus. Parafraseando William Shakespeare que disse: “A gratidão é o único tesouro dos humildes”. Portanto, entrego-lhes o meu tesouro: muito obrigado! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convidamos todos os presentes a ouvir o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Estão suspensos os trabalhos para as despedidas. Muito obrigado.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h24min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 16h35min): Estão reabertos os trabalhos. Conforme acordo de Líderes aqui firmado, temos uma única chapa apresentada para a Comissão Representativa 2016, composta por este Vereador e pelos Vereadores Paulo Brum, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Delegado Cleiton, Márcio Bins Ely, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Lourdes Sprenger, Jussara Cony, Waldir Canal, Airto Ferronato, Prof. Alex, Clàudio Janta, Bernardino Vendruscolo, Dinho do Grêmio e Tarciso Flecha Negra. Em votação a chapa apresentada para a Comissão Representativa de 2016. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) Declaro empossados os Vereadores aqui presentes que compõem a Comissão Representativa de 2016.

Encerrando os nossos trabalhos, convoco os Vereadores integrantes da 4ª Comissão Representativa da 16ª Legislatura para a 1ª Reunião Ordinária, a ser realizada no dia 6 de janeiro de 2015, às 9h30min. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão Especial. Muito obrigado.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h38min.)

 

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